Estivemos em Londres no inicio do mês de
novembro e nossa primeira observação, já no metrô a caminho da cidade, foi o
número de pessoas que circulavam com uma pequena papoula vermelha de papel na lapela de
seus casacos. Não demorou muito para descobrirmos que se tratava de uma grande
homenagem feita anualmente a todos os soldados que tombaram nos campos de
batalha durante as guerras.
Arquivo pessoal foto: Asla W. Marino
No dia 11 de novembro de 1918, foi decretado o fim da Primeira Guerra Mundial com a assinatura do Armistício. A partir do ano seguinte, em memória a todos àqueles que não voltaram para seus lares ou se tornaram inválidos de guerra, comemora-se o Armistice Day ou Remembrance Day. Em 1921 a papoula vermelha foi adotada como símbolo deste dia, após a publicação do poema “Nos Campos de Flandres” escrito em 1915 durante a Primeira Guerra Mundial.
(JOHN McCRAE)
Nos campos de Flandres
as papoilas estão florescendo entre as cruzes
que em fileiras e mais fileiras assinalam
nosso lugar; no céu as cotovias voam
e continuam a cantar heroicamente,
e mal se ouve o seu canto entre os tiros cá em baixo.
as papoilas estão florescendo entre as cruzes
que em fileiras e mais fileiras assinalam
nosso lugar; no céu as cotovias voam
e continuam a cantar heroicamente,
e mal se ouve o seu canto entre os tiros cá em baixo.
Somos os mortos... Ainda há poucos dias,
vivos,
ah! nós amávamos, nós éramos amados;
sentíamos a aurora e víamos o poente
a rebrilhar, e agora eis-nos todos deitados
nos campos de Flandres.
ah! nós amávamos, nós éramos amados;
sentíamos a aurora e víamos o poente
a rebrilhar, e agora eis-nos todos deitados
nos campos de Flandres.
Continuai a lutar contra o nosso inimigo;
nossa mão vacilante atira-vos o archote:
mantende-o no alto. Que, se a nossa fé trairdes,
nós, que morremos, não poderemos dormir,
ainda mesmo que floresçam as papoilas
nos campos de Flandres.
nossa mão vacilante atira-vos o archote:
mantende-o no alto. Que, se a nossa fé trairdes,
nós, que morremos, não poderemos dormir,
ainda mesmo que floresçam as papoilas
nos campos de Flandres.
Tradução de ABGAR RENAULT
The Poppy Appeal
Os pequenos broches que vimos com curiosidade, tomar conta de toda a cidade, são fabricados por cerca de 50 homens, na sua grande maioria composta por veteranos de guerra.
Durante o todo o ano na “Poppy Factory” em
Richmond, esses homens confeccionam as cruzes de madeira, as coroas de flores e essas singelas papoulas que serão comercializadas e utilizadas
a partir do final de outubro em todos os cantos da cidade. A Poppy Factory também tem projetos de recolocação dos veteranos de guerra em empresas, financiando o primeiro ano de salário desses antigos soldados nos novos empregos.
Este ano 38 milhões de papoulas foram vendidas e
a quantia total arrecadada foi de £30 milhões. Personalidades famosas,
apresentadores de TV, políticos, cidadãos comuns... Todos fazem questão de
colocar a papoulinha vermelha em sua lapela, honrando assim os seus mortos. A
família real e as principais autoridades colocam coroas de flores no Centro e no Cenotaph,
monumento construído em memória a todos que sacrificaram suas vidas nas guerras
e recentes conflitos como o do Afeganistão.
No
grande pátio da Abadia de Westminster, milhares de cruzinhas de madeira
adornadas com uma papoula, são colocadas para lembrar cada soldado que não
voltou para sua casa...
Arquivo pessoal : Asla W. Marino
Uma homenagem linda e comovente...
Arquivo pessoal : Asla W. Marino
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